Fim de uma Era: Willian Bonner se despede da bancada do Jornal Nacional nesta sexta
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Chega ao fim hoje a longa trajetória de William Bonner como o principal rosto do jornalismo do Grupo Globo. Durante mais de duas décadas ele acumulou as funções de apresentador e editor-chefe do princial telejornal do país, participando de coberturas históricas do jornalístico.
Três décadas de credibilidade e presença diária
William Bonner tornou-se sinônimo do Jornal Nacional. Entrou no ar pela primeira vez ao lado de Lilian Witte Fibe, ainda jovem, com o olhar confiante de quem sabia a responsabilidade que tinha em mãos. Pouco tempo depois, passou a dividir a bancada com Fátima Bernardes, sua então parceira de vida e de profissão. Juntos, formaram o casal mais emblemático do telejornalismo nacional.
Foram quase trinta anos à frente de um noticiário que acompanhou transformações políticas, sociais e tecnológicas profundas. Sob seu comando, o JN atravessou crises econômicas, mudanças de governo, tragédias que mobilizaram o país e vitórias que emocionaram multidões
O guardião da informação
Mais do que um apresentador, Bonner foi o guarda-chuva da credibilidade da Globo em tempos de turbulência. Conduziu debates eleitorais, noticiou ataques terroristas, acompanhou a pandemia com sensatez e empatia, e ajudou o público a compreender o mundo em meio ao caos.
Nos bastidores, foi também o editor-chefe que moldou o telejornalismo moderno. Incentivou a adoção de novas tecnologias, o uso de linguagens mais próximas do público e a humanização das notícias.
Um adeus planejado e tranquilo
A decisão de se despedir não foi repentina. Bonner vinha amadurecendo o momento há anos. Após uma vida dedicada à notícia, ele desejava respirar, desacelerar, reencontrar-se com o silêncio fora dos estúdios. Em seu último discurso, disse que o tempo havia chegado: “Sinto que cumpri minha missão. O JN continuará forte, como sempre foi.”
A Globo preparou a transição com cuidado. A partir de 2026, Bonner passará a integrar o Globo Repórter, ao lado de Sandra Annenberg, em uma fase mais contemplativa da carreira. No Jornal Nacional, a continuidade ficará sob o comando de César Tralli e Renata Vasconcellos, garantindo que o legado de seriedade e confiança siga adiante.
Momentos que ficaram na memória
11 de setembro de 2001: Bonner narrou, ao vivo, o atentado às Torres Gêmeas, em uma das coberturas mais marcantes da história da TV.
Copa do Mundo de 2002: sua emoção ao noticiar o pentacampeonato brasileiro entrou para os arquivos afetivos do público.
Eleições e debates presidenciais: sua condução firme e imparcial consolidou a imagem de um jornalista à altura do cargo.
Pandemia de Covid-19: em tempos de medo e incerteza, sua voz tornou-se símbolo de serenidade e de compromisso com a informação correta.
O homem por trás da bancada
Fora das câmeras, Bonner é conhecido pelo perfeccionismo, pela disciplina e pela sensibilidade discreta. Nos bastidores, sempre valorizou o trabalho em equipe e o rigor técnico, mas também a gentileza com colegas e funcionários. Em entrevistas recentes, confessou que sua maior alegria foi poder “ser parte da rotina de milhões de brasileiros”.
Com sua saída, encerra-se não apenas uma fase do Jornal Nacional, mas uma era do jornalismo brasileiro. William Bonner deixa a bancada, mas permanece como referência — um símbolo de confiança, de integridade e de dedicação a uma profissão que, com ele, aprendeu a ser maior que o espetáculo.




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