TV 3.0: O Futuro da Televisão Aberta Chega ao Brasil com Mais Interatividade e Qualidade
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- 20 de ago.
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São Paulo – A televisão aberta no Brasil está prestes a entrar em uma nova era com a implementação da TV 3.0, também conhecida como DTV+. Essa tecnologia promete revolucionar a forma como os brasileiros assistem à TV, integrando o sinal tradicional com a internet para oferecer experiências mais imersivas e personalizadas. Ontem (19/08/2025), durante a SET Expo 2025, o maior evento de tecnologia e mídia da América Latina, os CEOs das principais emissoras do país se reuniram pela primeira vez em um painel histórico para discutir os impactos dessa transição, defendendo a união do setor e a regulação de plataformas digitais.
O Que é a TV 3.0 e o Que Deve Mudar?
A TV 3.0 representa a evolução do atual padrão de TV digital (TV 2.0), adotado no Brasil desde 2007. Com base em um pool de tecnologias de mais de dez países e da União Europeia, o novo sistema permite a transmissão de imagens em 4K, áudio imersivo e recursos interativos, como enquetes em tempo real, escolha de ângulos de câmera e integração com aplicativos. Diferente da TV atual, que depende apenas do sinal de antena, a DTV+ "casa" a transmissão aberta e gratuita com a conectividade online, permitindo serviços personalizados, publicidade segmentada e medição mais precisa de audiência.
Entre as principais mudanças esperadas:
Qualidade de Imagem e Som: Suporte a resoluções ultra-altas (4K e além) e áudio surround imersivo, elevando a experiência a níveis comparáveis aos de streaming pagos.
Interatividade: Espectadores poderão interagir diretamente com o conteúdo, como votar em enquetes durante programas ao vivo ou acessar informações adicionais via apps integrados.
Personalização e Publicidade: Conteúdo adaptado ao perfil do usuário, com anúncios targeted baseados em dados, e melhorias na inclusão digital, como alertas de emergência e educação a distância.
Desafios Legais: A integração com a internet exige adaptações na regulação, compatibilidade com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e cuidados com direitos autorais.
O governo federal planeja um cronograma responsável para a implantação, com testes iniciais em São Paulo e expansão gradual até 2030. O decreto oficial, inicialmente previsto para ontem, foi adiado para 27 de agosto devido à SET Expo. Estações piloto de DTV+ já entraram em operação nos canais 7 e 8 da capital paulista.
Países Onde a TV 3.0 Já é Realidade
Embora o Brasil esteja em fase de transição, a TV 3.0 (ou padrões equivalentes como ATSC 3.0) já é uma realidade em alguns países, servindo de modelo para a implementação local. Nos Estados Unidos, conhecida como NextGen TV, a tecnologia está disponível em mais de 70 mercados, oferecendo interatividade e qualidade superior em transmissões over-the-air. A Coreia do Sul lidera globalmente, com adoção ampla desde 2017, integrando TV com serviços digitais e alertas de emergência.
Outros países incluem:
Jamaica e Trinidad e Tobago: Adotaram o padrão ATSC 3.0 para melhorar a cobertura em áreas remotas e impulsionar a economia digital.
Europa: Embora não use o ATSC, países como Alemanha e Reino Unido exploram padrões híbridos semelhantes, focando em integração com 5G e streaming.
Essas experiências internacionais destacam benefícios econômicos, como escalabilidade para emissoras e inclusão digital, mas também desafios regulatórios. No Brasil, o Ministério das Comunicações enfatiza que o padrão adotado incorpora inovações de EUA, Japão e Europa para evitar dependência de um único fornecedor.
A Reunião Histórica dos CEOs na SET Expo 2025
O ponto alto do debate sobre TV 3.0 ocorreu ontem na SET Expo 2025, em São Paulo, onde os CEOs das quatro maiores emissoras abertas – Paulo Marinho (Globo), Daniela Beyruti (SBT), Carlos Luiz Giordani (Band) e Marcus Vinicius Vieira (Record) – compartilharam o palco pela primeira vez. No painel "Visão dos CEOs: O Futuro da Mídia", moderado pelo jornalista Guilherme Ravache, eles criticaram a "narrativa de crise" no setor e defenderam a TV 3.0 como uma "nova fronteira" para as emissoras, aproximando-as da audiência digital.
"A TV continua muito forte", afirmou Daniela Beyruti, CEO do SBT, destacando a necessidade de adaptação à inteligência artificial e ao consumo fragmentado. Marcus Vinicius Vieira, da Record, defendeu a união das emissoras para impulsionar a DTV+, explicando que a tecnologia permite "o casamento do sinal da antena com a banda da internet, totalmente interativa e gratuita". Os executivos também pediram regulação das plataformas digitais, argumentando que a TV aberta precisa de condições igualitárias para competir.
O evento, que continua até amanhã, reforça o otimismo com a TV 3.0, mas alerta para a necessidade de investimentos em infraestrutura e capacitação. Para muitos brasileiros, a troca de aparelhos de TV pode ser inevitável a partir de 2026, quando a transição ganha força.
Com a TV 3.0, o Brasil se posiciona na vanguarda da inovação audiovisual na América Latina, prometendo não apenas entretenimento, mas uma ferramenta de inclusão social e econômica. O futuro da tela grande está mais conectado do que nunca.




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